sexta-feira, 3 de agosto de 2007

um final. ou um início.

E foram, assim, cada para um lado. Com a certeza de que não era possível, de que era um relacionamento inviável, de que um faria o outro sofrer eternamente e que essa dor, a de machucar o outro, seria insuportável.

Tantas certezas. Tantos adjetivos. Um narrador onisciente, em terceira pessoa, diria o quão enganados eles estavam, cada um perdido em seu próprio orgulho, seu medo, sua inércia. Cada um sem ter a coragem necessária para, sim, dar a cara a tapa uma vez mais. Porque amor daquele tamanho merecia.

Mas eu não posso dizer isso. Só consegui ver duas pessoas caminhando em direções opostas deixando um rastro de coração pelo asfalto, pela calçada, pelos bueiros. Pelos sinais que estavam todos fechados como se, comovidos, tentassem indicar que aquele era o caminho errado.

Vi que foram, assim, cada um para um lado. Sabendo que viveriam uma vida que não era deles. E que outras pessoas teriam e criariam os seus filhos.

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