domingo, 3 de junho de 2007

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Às vezes me sinto tão... inapta? Existe, não existe? Sim, existe. Mas queria, nesse momento, saber exatamente o que significa. Porque estou dizendo que é como me sinto. E acho que me devo, agora mais do que nunca, ter mais precisão quanto às coisas que eu sinto.

Não tenho dicionário aqui. O quarto ao lado está fechado. O Google não ajudou.

Inapta. - Não, não vou entrar nos meandros etimológicos. Olha a tentação dos velhos hábitos... É isso o que faço, sabia? Eu me prendo a fatos pra não ter que pensar (lidar com? Falar sobre?) no que sinto. Posso contar uma história inteira narrando tudo o que todas as partes disseram. Em detalhes, chega a ser chato. Mas dificilmente falo sobre o que eu senti. E, no entanto, tenho sempre a impressão de me expor demais.

Inapta. Tem sido muito freqüente minha sensação de não-pertencimento. Não pertenço. Estou lá, estou aqui, mas não é a minha vibe, minha onda, minha turma, meu papo, minha praia, meu domínio. E não sei se nada disso me pertence, se não encontrei o que é meu, ou se não aprendi a lidar com o fato de que não sou do mundo. De um mundo específico. Talvez eu seja da vida. Talvez isso seja bom.

A cada dia a estrada cresce mais em mim. Quero a estrada. A falta de rumo, de prumo, de eira, de beira, de fim. A cada dia sinto mais claramente que só vou olhar pra dentro, só vou me encontrar caindo fora. Quero cair fora.

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